quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

PELO TELEFONE O CHEFE DA POLÍCIA...

Donga - foto: imagesgoogle.com

A música é de Donga. Samba afamado. Tido na conta de primeiro Samba gravado no Brasil nos idos 1917. Muito antes de Donga, Bahiano gravara o Lundu "isto é bom" de Xisto Bahia, em 1902 pela Casa Edson do Rio de Janeiro. A primeira música gravada no Brasil. Bahiano era um gaiato. Versado nos quiprocós da comédia. Metido em teatro burlesco, sob os alpendres e lonas adquiriu sua escola. Nascido em Santo Amaro da Purificação (terra de Caetano e Bethania) no dia 05 de setembro de 1887, batizado como Manoel Pedro dos Santos. Viveu no Rio de janeiro até o dia de sua morte em 1944.

Mas a farofada não se encerra por aí. Catando um grão aqui outro ali, a galinha enche o papo e o granjeiro leva o ovo. Pois que não mais que de repente alguém descobriu no livro de Hardy Vedana sobre a gravadora rio-grandense A CASA ELÉTRICA. Fundada pelo italiano Savério Leonetti em Porto Alegre no ano de 1913. Pois diz Vedana que o primeiro Samba a ser gravado no Brasil teria sido Ya Ya Me Diga, do obscuro compositor e cantor Geraldo Magalhães.

Rusgas à parte de quem teve a primazia sobre o primeiro Samba, fato é que ao examinarmos direitinho a história do carnaval e do samba no Rio Grande do Sul, logo verificamos que: o povo rio-grandense aderiu completamente ao carnaval entrudístico trazido pelos açorianos. E as molhaças, bolinações, correrias, versalhadas & empulhas do entrudo vicejaram entre nós (no interior principalmente) até os primeiros anos do século XX. E em Porto Alegre, no alvorecer do carnaval de rua, sociedades negras como a Floresta Aurora, a exemplo do que ocorria no Rio de Janeiro, saíam com seu cordão. Athos Damasceno, em seu livro "O carnaval pôrto-alegrense no século XIX", dá conta de que em 1870 o Sr. Chefe de polícia metropolitana Coelho Bastos, após ter firmado com a sociedade (elite citadina) propósito de reprimir as manifestações de rua a qualquer custo a fim de banir o entrudo, foi simplesmente o primeiro a recorrer na brincadeira, atacando passantes com esguichos e limões de cheiro.

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