quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Agendão


O último show do Programa Música Autoral Vaia do ano, dia 08 de dezembro, às 21 horas, no Teatro de Arena (Av. Borges, 385 - Altos do Viaduto), terá como atração o compositor ÁLVARO SANTI & O CAIXAPREGO. A abertura ficará a cargo de RENATO MENDONÇA. Ingressos: R$ 10 e 5 (estudantes e classe artística em geral).


RELEASE DOS ARTISTAS:

Álvaro Santi & O Caixaprego

Poeta ou músico?
Álvaro Santi é reconhecido como poeta no Rio Grande do Sul. Desde sua estréia na literatura, em 1992, publicou 4 livros de poesia que granjearam a admiração de leitores exigentes como Adriana Calcanhoto – com quem chegou a tocar no início da carreira – e os escritores Moacyr Scliar, Luís Augusto Fischer, Armindo Trevisan e Charles Kiefer. Santi também é conhecido por seu trabalho na Secretaria de Cultura de Porto Alegre e no Conselho Nacional de Política Cultural, onde representa o Forum Nacional de Música. Contudo, apesar de graduado em música pela UFRGS desde 1993, seu trabalho como compositor, intérprete e instrumentista é praticamente desconhecido.

O disco
Mas isto está para mudar: seu primeiro disco, Trem da Utopia, produzido por ele próprio e mixado por Pedro Figueiredo, será lançado este ano. Nele, Santi canta e toca violão de 6 e 12 cordas, baixo e flauta, acompanhado por André Mâncio (violão de aço e guitarra) e Vítor Breyer (bateria); e auxiliado pelos convidados Leonardo Ribeiro, Otávio Segala, Giovani Berti, Ricardo Arenhalt, Dúnia Elias, Elisa Moori, Rita Scheid, Érika Alíbio, Luís Henrique, Mário Humberto e Rômulo Giralt.

A banda
A banda recebeu o nome de Caixaprego em memória do trio que Santi e seus colegas de universidade, Gédson “Lontra” Meira e Rômulo Giralt, fundaram no início dos anos 1980. O termo “caixaprego” era ouvido de seus pais, significando algum lugar distante ou mesmo inexistente: uma utopia, enfim.

As canções
A existência efêmera da banda rendeu algumas dezenas de canções próprias, registradas em fitas cassete. Uma seleção delas foi reunida para o CD Trem da Utopia. Gravado sem pressa, o disco apresenta uma sonoridade acústica, que evoca o clima dos anos 80 de um jeito contemporâneo. Como assim? Bem, as canções foram simplesmente gravadas como a banda sonhou fazê-lo, porém com os recursos que finalmente tornaram isto possível. Como produtor, Santi não sofreu qualquer limitação estética em seu trabalho, que representou para os envolvidos, mais do que qualquer coisa, uma celebração da amizade a despeito da passagem do tempo.

O show
Neste show, Álvaro Santi apresenta o repertório completo do CD, com duração aproximada de 1 hora, acompanhado por André Mâncio, no violão aço e guitarra, e Tadeu Kirch, no baixo; e alguns convidados muito especiais.

www.myspace.com/alvarosanti



Renato Mendonça

Vão ser uns 15, 20 minutos, se tanto, mas significa um caminho de volta de 15 anos ao palco. O show de Renato Mendonça no Teatro de Arena, no próximo dia 8 de dezembro, abrindo para a apresentação principal de Álvaro Santi, é a primeira desde que o compositor se apresentava ao lado de Leonel Schardong, formando a dupla GR Show. No início dos anos 1980, Renato foi um dos fundadores do grupo Semente, que tentava a difícil alquimia de amalgamar Beatles, Ednardo, Almôndegas, Gilberto Gil, Yes e Led Zeppelin. Da década de 1990, Renato afastou-se do palco e mergulhou nas redações: desde 1996, trabalha no Segundo Caderno da Zero Hora, sendo ex-editor de Música e atual editor de Teatro.

Talvez por ter trabalhado por algum tempo com astrologia, o gaúcho de 51 anos deve estar achando que os aspectos zodiacais são favoráveis ao desafio de empunhar o violão e a guitarra novamente (tomara que o público pense igual...). Se ele não desaprendeu a alquimia, vão estar lá baladas, rocks, um que outro samba, letras focadas pela memória e pela convicção de que arte serve para colar os espelhos de cada um.

Confira músicas e vídeos de Renato Mendonça em:
www.myspace.com/renatomendonca
http://www.renatomendonca.com/

PELO TELEFONE O CHEFE DA POLÍCIA...

Donga - foto: imagesgoogle.com

A música é de Donga. Samba afamado. Tido na conta de primeiro Samba gravado no Brasil nos idos 1917. Muito antes de Donga, Bahiano gravara o Lundu "isto é bom" de Xisto Bahia, em 1902 pela Casa Edson do Rio de Janeiro. A primeira música gravada no Brasil. Bahiano era um gaiato. Versado nos quiprocós da comédia. Metido em teatro burlesco, sob os alpendres e lonas adquiriu sua escola. Nascido em Santo Amaro da Purificação (terra de Caetano e Bethania) no dia 05 de setembro de 1887, batizado como Manoel Pedro dos Santos. Viveu no Rio de janeiro até o dia de sua morte em 1944.

Mas a farofada não se encerra por aí. Catando um grão aqui outro ali, a galinha enche o papo e o granjeiro leva o ovo. Pois que não mais que de repente alguém descobriu no livro de Hardy Vedana sobre a gravadora rio-grandense A CASA ELÉTRICA. Fundada pelo italiano Savério Leonetti em Porto Alegre no ano de 1913. Pois diz Vedana que o primeiro Samba a ser gravado no Brasil teria sido Ya Ya Me Diga, do obscuro compositor e cantor Geraldo Magalhães.

Rusgas à parte de quem teve a primazia sobre o primeiro Samba, fato é que ao examinarmos direitinho a história do carnaval e do samba no Rio Grande do Sul, logo verificamos que: o povo rio-grandense aderiu completamente ao carnaval entrudístico trazido pelos açorianos. E as molhaças, bolinações, correrias, versalhadas & empulhas do entrudo vicejaram entre nós (no interior principalmente) até os primeiros anos do século XX. E em Porto Alegre, no alvorecer do carnaval de rua, sociedades negras como a Floresta Aurora, a exemplo do que ocorria no Rio de Janeiro, saíam com seu cordão. Athos Damasceno, em seu livro "O carnaval pôrto-alegrense no século XIX", dá conta de que em 1870 o Sr. Chefe de polícia metropolitana Coelho Bastos, após ter firmado com a sociedade (elite citadina) propósito de reprimir as manifestações de rua a qualquer custo a fim de banir o entrudo, foi simplesmente o primeiro a recorrer na brincadeira, atacando passantes com esguichos e limões de cheiro.